Até pouco tempo atrás, o setor imobiliário era considerado o inimigo número um da sustentabilidade, devido às atividades de extração de matéria-prima e à grande quantidade de resíduos e entulhos gerada pelas construções de imóveis. Mas, nos últimos anos, essa visão está mudando, por meio da adoção de práticas sustentáveis por empresas que visam a minimizar os impactos causados pelos canteiros de obras e pelas extrações ou fabricações de elementos essenciais para a construção.
O governo, por sua vez, está estabelecendo normas para o descarte e destinação adequados de resíduos, que contribuem para a redução de impactos tanto para a natureza quanto para as comunidades. Existem até as chamadas “certificações verdes”, que comprovam que, para serem construídas, foram utilizados processos sustentáveis na sua concepção, construção e operação. A seguir, veja como o mercado imobiliário está aderindo à sustentabilidade e que benefícios essa atitude gera:
As práticas que consideram o meio ambiente
A produção de resíduos no canteiro de obras é inevitável, mas ações conscientes podem ser facilmente adotadas em prol do meio ambiente. Em uma pequena obra, por exemplo, é possível utilizar caçambas capazes de armazenar resíduos sólidos, que serão recolhidos durante toda a construção. No seu término, elas podem ser levadas para locais de triagem ou seguir para aterros.
No caso de obras de grande porte, as construtoras podem investir em programas de gestão ambiental, visando a separação de resíduos desde o projeto até o término da obra. Também é importante promover treinamentos de conscientização ambiental e qualificação pessoal para os colaboradores no início e durante o processo, para que assim eles possam destinar adequadamente os materiais dentro da obra, evitar o desperdício de recursos e garantir que uma maior quantidade de resíduos seja reutilizada.
Medidas capazes de minimizar as emissões totais de CO2 com transporte de insumos e produtos, diminuir o uso da água e energia e reduzir a perda de materiais por uso inadequado de ferramentas também podem interferir no ciclo de vida da edificação e gerar grandes economias tanto no tempo quanto no custo final do empreendimento.
A sustentabilidade como um diferencial
Hoje, muitas construtoras e imobiliárias estão buscando adotar processos ecológicos na concepção, construção e operação de seus empreendimentos, visando colocá-los na categoria sustentável. Essas construções, também conhecidas como green buildings, utilizam materiais ecológicos e são planejadas para atender a todos os requisitos de conforto, praticidade e segurança, além de fornecer uma alta qualidade de vida e sustentabilidade para seus moradores.
Na hora da construção, é essencial levar em consideração aspectos como localização do imóvel e aspectos climáticos, como sol, vento e chuva. Todos esses elementos naturais podem ser usados a favor da obra, gerando energia renovável e economizando recursos. Características como ventilação e até mesmo o uso de certas cores também devem ser levados em consideração.
As empresas que optam por colocar o meio ambiente como uma das prioridades em suas construções certamente terão um diferencial na hora de lançar os seus empreendimentos no mercado, já que grande parte da população preocupa-se, cada vez mais, com os materiais utilizados na construção do imóvel e apreciam iluminação natural, lâmpadas adequadas, áreas verdes internas para o cultivo de plantas, isolamento térmico, distribuição de luz solar em seu interior e reciclagem de resíduos sólidos. Todos esses diferenciais aumentam a relação custo/benefício do empreendimento e ajudam a valorizá-lo no mercado.
As certificações disponíveis para o mercado imobiliário
Um empreendimento consciente e sustentável, além de evitar os prejuízos que uma construção normal traria ao meio ambiente, pode reduzir drasticamente os custos de condomínio, contribuir para o desenvolvimento socioeconômico e ambiental da região e aumentar o seu valor patrimonial ao longo do tempo. Mas para provar que a sua estrutura é altamente sustentável, as companhias devem passar por auditorias que contemplam categorias como EcoContrução, EcoGestão, conforto e saúde para que possam receber sua certificação.
Entre as principais certificações existentes no mercado imobiliário, destacam-se o Selo AQUA-HQE (Alta Qualidade Ambiental), que é inspirado na metodologia francesa HQE (Haute Qualité Environnementale) e certificado pela Fundação Vanzoline, o Selo BREEAM (Building Research Establishment Environmental Assessment Methodology), que foi criado em 1990 na Inglaterra e já registrou mais de cem mil edifícios em todo o mundo, e o Selo LEED (Leadership in Energy and Environmental Design), que é considerado a principal certificação para edificação no Brasil.
Atitude sustentável dentro da imobiliária
Além das construções e obras, as próprias imobiliárias fazem parte desse mercado e, por isso, é importante adotar atitudes sustentáveis dentro das próprias empresas. Muitas delas estão utilizando aplicativos e recursos tecnológicos, como o VistoriaSimples, que ajudam na diminuição dos impactos ambientais e na redução do volume de documentos impressos, já que todo o fluxo de trabalho pode ser adminstrado por meio de tablets e smartphones. Nesse ponto, cabe ressaltar que uma resma de papel consome 3,5 kg de gás carbônico (CO2), e sua produção requer de 50 a 60 eucaliptos, 100 mil litros de água e 5 mil kWh de energia.
É importante que os gestores levem em conta esses dados na hora de gerir seus negócios, tendo em mente que a redução do uso do papel e sua substituição pelas tecnologias, além de representar uma drástica redução de custos, pode otimizar o acesso e o manejo das informações, diminuindo o tempo, erros e espaço que procedimentos manuais e documentos físicos, como planilhas, relatórios e processos, exigem.
E você, acha que a sustentabilidade pode valorizar os empreendimentos do mercado imobiliário? Compartilhe suas opiniões, dúvidas ou experiências conosco nos comentários!